A Harpa do Crente - Cap. 3: A ARRÁBIDA Pág. 54 / 117

E isso que importa,

Se Deus o viu; se as lágrimas do triste

Ele contou, para as pagar com glória?

XVI

Ainda em curvo outeiro, ao fim da senda

Que serpeia do monte ao fundo vale,

Sobre o marco de pedra a cruz se eleva,

Como um farol de vida em mar de escolhos:

Ao cristão infeliz acolhe no ermo,

E consolando-o, diz-lhe: «A pátria tua

É lá no Céu: abraça-te comigo.»

Junto dela esses homens, que passaram

Acurvados na dor, as mãos ergueram

Para o Deus, que perdoa, e que é conforto

Dos que aos pés deste símbolo da esp’rança

Vêm derramar seu coração aflito:

É do deserto a história, a cruz e a campa;

E sobre tudo o mais pousa o silêncio.

XVII

Feliz da Terra, os monges não maldigas;

Do que em Deus confiou não escarneças!

Folgando segue a trilha, que há juncado,

Para teus pés, de flores a fortuna,

E sobre a morta crença em paz descansa.





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