A Harpa do Crente - Cap. 5: DEUS Pág. 74 / 117

Soberbo, sem temor, saiu na margem

Do caudaloso Nilo,

O corpo monstruoso ao sol voltando

Medonho crocodilo.

De seus dentes em roda o susto habita;

Vê-se a morte assentada

Dentro em sua garganta, se descerra

A boca afogueada:

Qual duro arnês de intrépido guerreiro

É seu dorso escamoso;

Como os últimos ais de um moribundo

Seu grito lamentoso:

Fumo e fogo respira quando irado;

Porém, se Deus mandou,

Qual do norte impelida a nuvem passa,

Assim ele passou!

Teu nome ousei cantar! Perdoa, ó Nume;

Perdoa ao teu cantor!

Dignos de ti não são meus frouxos hinos

Mas são hinos de amor.

Embora vis hipócritas te pintem

Qual bárbaro tirano:

Mentem, por dominar com férreo ceptro

O vulgo cego e insano.

Quem os crê é um ímpio! Recear-te

É maldizer-te, ó Deus;

É o trono dos déspotas da Terra

Ir colocar nos Céus.





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