A Harpa do Crente - Cap. 7: O SOLDADO Pág. 90 / 117

O sino lutuoso

Não lembrará meu fim:

Preces, que o morto afagam,

Não se erguerão por mim!

O filho dos desertos,

O lobo carniceiro,

Há-de escutar alegre

Meu grito derradeiro!

Ó morte, o sono teu

Só é sono mais largo;

Porém, na juventude,

É o dormi-lo amargo;

Quando na vida nasce

Essa mimosa flor,

Como a cecém suave,

Delicioso amor;

Quando a mente acendida

Crê na ventura e glória;

Quando o presente é tudo.

E inda nada a memória!

Deixar a cara vida,

Então é doloroso,

E o moribundo à Terra

Lança um olhar saudoso.

A taça da existência

No fundo fezes tem;

Mas os primeiros tragos

Doces, bem doces, vem.

E eu morrerei agora

Sem abraçar os meus,

Sem jubiloso um hino

Alevantar aos Céus?

Morrer, morrer, que importa?

Final suspiro, ouvi-lo

Há-de a pátria.





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