A autoridade oficiou daí ao governador civil, narrando-lhe os sucessos. Respondeu este que, visto ser tarde para entrar no convento, pernoitasse a fugitiva na estalagem, com vigias e sob a responsabilidade dos donos da casa, até virem de Lisboa novas ordens. O irmão do capelão foi para a cadeia e Paula, no dizer da Sra. Felícia, dormiu até uma quinta do seu pai em Azeitão.
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CONCLUSÃO
Quando voltei a Lisboa, rara pessoa encontrei que me não contasse o sucesso com a hediondez natural das suas cores e com as outras exageradas, que a maledicência folga de carregar.
O mestre-escola, depois de alguns meses de prisão, foi mandado embora, sem ser julgado; mas na cadeia passou a bordo de uma galera, que o desembarcou no Rio de Janeiro. É de crer que o fidalgo, para se forrar à vergonha dos debates no tribunal, perdoasse ao réu e conseguisse que o ministério público não achasse provas para a querela.
Pelo mesmo tempo, D. Paula casou com o primo que lhe fora destinado desde a puerícia e tornou para o palácio de Benfica, em companhia do seu marido e já com um menino robusto, não obstante ter nascido tão sem tempo que ninguém pensou que vingasse.