Noites Brancas - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 63 / 67

— Agora basta, são horas de voltar para casa. Deve ser já muito tarde — disse finalmente Nastenka.—Chega de criancice!

— Sim, Nastenka. Simplesmente, já não conseguirei dormir: não voltarei esta noite ao meu quarto.

— Eu também não; estou certa de que também não conseguirei dormir. Em todo o caso, acompanhe-me.

— Certamente.

— Mas desta vez iremos mesmo para casa, tem de ser. — Absolutamente, absolutamente...

— Palavra de honra?... É que, apesar do que aconteceu, temos de ir para casa, cedo ou tarde.

— Palavra de honra!—respondi, rindo-me.

— Então, vamos!

— Veja o céu, Nastenka, veja! Amanhã iremos ter um dia magnífico. Que céu azul, que Lua! Olhe aquela nuvem que está prestes a ocultá-la, veja, veja!... Não, passou-lhe ao lado. Mas olhe, veja bem!...

Nastenka não olhava para a nuvem: conservava-se silenciosa, como que pregada ao chão; um momento depois estreitou-se timidamente contra mim. A sua mão tremia na minha; eu olhava... Apoiou-se em mim ainda com mais força.





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