Orgulho e Preconceito - Cap. 20: Capítulo XX Pág. 124 / 414

Jane e Kitty a acompanharam. Mas Lydia ficou onde estava, resolvida a ouvir tudo o que pudesse. E Charlotte, detida a princípio pelas poucas perguntas amáveis que lhe dirigiu Mr. Collins, a respeito da sua família, e em seguida, movida por um pouco de curiosidade, contentou-se em ir até a janela e fingir que não estava ouvindo. Numa voz chorosa, Mrs. Bennet deu início à palestra com as seguintes palavras:

- Oh, Mr. Collins!

- Minha cara senhora - replicou ele -, guardemos silêncio para sempre sobre este assunto. Longe de mim ficar ressentido com o comportamento da sua filha - continuou ele, numa voz em que transparecia o seu aborrecimento. - Resignar-se aos males inevitáveis é um dever que nos cabe a todos. É um dever que incumbe particularmente a um rapaz como eu, tão afortunado no começo da minha carreira. E acredite que estou resignado. E talvez um dos menores motivos que me levam a isso não seja a dúvida que me assalta sobre a minha própria felicidade, caso a minha prima tivesse me honrado com o seu consentimento; pois observei muitas vezes que a resignação nunca é tão perfeita como nos casos em que a felicidade que nos é recusada começa a perder uma parte do seu valor a nossos olhos. Espero, minha cara senhora, que não considere a retirada do meu pedido como um desrespeito para com a sua família, já que não pedi a sua intervenção perante Miss Bennet. Minha conduta pode ser reprovável, somente porque aceitei a minha demissão dos lábios da sua filha e não dos seus próprios. Mas todos estamos sujeitos a erro. A minha intenção sempre foi boa. Meu objetivo foi encontrar uma companheira estimável, sem perder de vista as vantagens que isto representava para a sua família, e, se a minha atitude foi de algum modo repreensível, apresento-lhe aqui as minhas desculpas.





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