Orgulho e Preconceito - Cap. 6: Capítulo VI Pág. 24 / 414

Mas logo que declarara a si mesmo e aos amigos que Elizabeth não possuía um só traço agradável no rosto, começou a achar que a bela expressão dos seus olhos negros dava àquele rosto um ar excepcionalmente inteligente. A esta descoberta sucederam outras igualmente humilhantes. Embora o seu olhar crítico houvesse descoberto mais de um defeito na simetria das suas formas, foi forçado a reconhecer que as linhas do seu corpo eram de grande pureza; e, apesar da sua afirmação de que as maneiras dela não eram as do mundo elegante, sentiu-se fascinado pela sua encantadora naturalidade. Elizabeth ignorava tudo isto; a seus olhos Mr. Darcy era apenas o homem que não sabia ser agradável em parte alguma e que não a achara suficientemente elegante para dançar com ele. Ele começou a querer conhecê-la mais intimamente e, para conseguir conversar pessoalmente com Elizabeth, começou a interessar-se pela conversa dela com os outros. Essa sua atitude atraiu a atenção de Elizabeth. O fato se passou em casa de Sir William Lucas, onde grande número de pessoas estavam reunidas.

- Que motivo levou Mr. Darcy - perguntou Elizabeth a Charlotte - a vir escutar a minha conversa com o Coronel Forster?

- Esta é uma pergunta que somente Mr. Darcy poderá responder.

- Mas se ele continua com este jogo eu lhe farei certamente saber que estou percebendo o que ele quer com isto. Ele é muito sarcástico, e se eu não começar a ser impertinente também, dentro em pouco terei medo dele.

Quando Mr. Darcy se aproximou delas pouco depois, embora sem a intenção aparente de falar, Miss Lucas desafiou a amiga a mencionar diante dele o assunto que estavam discutindo. Aceitando a provocação, Elizabeth se virou para ele e disse:

- O senhor não acha, Mr. Darcy, que ainda agora eu me exprimi com grande felicidade? Quando eu brinquei com o Coronel Forster sobre a possibilidade de ele nos oferecer um baile em Meryton?

- Com grande energia.





Os capítulos deste livro