Orgulho e Preconceito - Cap. 6: Capítulo VI Pág. 25 / 414

Mas este é um assunto que sempre infunde energia a uma senhora.

- O senhor nos trata com severidade.

- Breve vai chegar a sua vez de ser provocada - disse Miss Lucas. - Eu vou abrir o piano, Eliza, e você sabe o que a espera.

- Você é uma amiga estranha; sempre querendo que eu toque e cante diante de todo mundo. Se a minha vaidade tivesse tendência musical, você seria preciosa, mas como este não é o caso eu preferia não me exibir diante de pessoas que estão habituadas a ouvir os melhores concertistas.

E como Miss Lucas insistisse, ela acrescentou:

- Muito bem. Se não há outro jeito...

E, olhando gravemente para Mr. Darcy, continuou:

- Há um velho provérbio que todos aqui naturalmente conhecem: "Guarde o seu sopro para esfriar o seu caldo". Eu conservarei o meu para cantar.

A sua atuação como cantora foi agradável, embora de nenhum modo excepcional. Depois de uma ou duas canções, e antes que pudesse responder aos pedidos de várias pessoas que queriam ouvi-la novamente, Elizabeth teve de ceder o lugar à sua irmã Mary, que esperava com impaciência, pois, faltando-lhe todos os atrativos, estudara com grande aplicação e estava por-tanto sempre pronta a exibir-se.

Mary não tinha talento, nem gosto. Embora a vaidade lhe tivesse dado perseverança, dera-lhe igualmente um ar pedante de maneiras convencidas, coisa suficiente para obscurecer triunfos maiores do que aqueles que era capaz de alcançar.

Embora não tocasse tão bem, Elizabeth agradou muito mais, graças à sua naturalidade; e Mary, depois de um longo concerto, pôde considerar-se feliz por alcançar alguns elogios graças a algumas canções escocesas e irlandesas que executou a pedido das irmãs mais moças, que na outra extremidade do salão tinham entrado evidentemente na dança, com alguns dos Lucas e dois ou três oficiais.





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