Orgulho e Preconceito - Cap. 41: Capítulo XLI Pág. 253 / 414

Ela acrescentou:

- Quando eu disse que ele melhorava, à medida que se conhecia melhor o seu temperamento, não queria dizer que seu espírito, nem tampouco as suas maneiras, estavam em vias de aperfeiçoamento, mas que conhecendo-o melhor o seu carácter se tornava mais compreensível.

A inquietude de Wickham transparecia agora no rubor que lhe subira ao rosto e no olhar desassossegado. Durante alguns minutos ficou em silêncio e finalmente, vencendo o embaraço, tornou a se virar para Elizabeth e disse, num tom muito grave:

- A senhora, que conhece tão bem os meus sentimentos para com Mr. Darcy, há de compreender quanto me alegro sinceramente de que ele assuma, pelo menos, a aparência de justiça. Nisso o orgulho dele pode ser útil, se não para ele próprio, pelo menos para os outros, pois o impedirá de cometer injustiças tão flagrantes como as que tive de sofrer. Temo apenas que essas precauções, às quais, imagino, a senhora acaba de aludir, sejam apenas adotadas durante as visitas em casa da tia, cuja opinião e julgamento ele respeita muito. O medo que a tia lhe causa sempre atuou sobre ele, quando estão juntos; e uma grande parte disto deve ser atribuída ao desejo que tem de favorecer o seu projetado casamento com Miss de Bourgh, pois sei com certeza que ele leva isto muito a sério.

Elizabeth não pôde deixar de sorrir, mas respondeu apenas com um ligeiro aceno de cabeça. Compreendeu que ele desejava arrastá-la para o assunto das suas mágoas e não estava disposta a tolerá-lo. Durante o resto da noite, Wickham procurou se mostrar alegre e despreocupado como sempre, porém cessou as suas atenções para com Elizabeth. Separaram-se com mútua cortesia e possivelmente um desejo igual de nunca mais se encontrarem.

Quando chegou a hora de as visitas se retirarem, Lydia regressou com Mrs.





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