Orgulho e Preconceito - Cap. 50: Capítulo L Pág. 330 / 414

Naquela grande data, tornou a assumir o seu lugar à cabeceira da mesa. Sua satisfação era extrema. Nenhum sentimento de vergonha atenuava o seu triunfo. Desde que Jane completara quinze anos, o seu maior desejo fora ver uma das filhas casada. E agora este desejo estava a ponto de se realizar. Todos os seus pensamentos giravam em torno dos acessórios de um casamento elegante, tais como musselinas finas, novas carruagens e criados. Procurava lembrar-se de uma casa das redondezas que servisse para a filha e, sem saber qual seria a renda do casal, recusava muitas das que lhe sugeriam porque seriam demasiado modestas e acanhadas.

- Haye Park talvez sirva, se os Goulding consentirem em sair. Aquela casa espaçosa em Stoke também não é má. Mas a sala de estar é muito pequena. Ashworth é muito distante. Não quero que ela more a mais de dez milhas de distância daqui, no máximo. Quanto a Pulvis Lodge, as mansardas são horríveis.

Mr. Bennet deixou que ela falasse sem interrupção, enquanto havia criados na sala. Mas, depois que eles saíram, disse:

- Mrs. Bennet, antes que tome uma destas casas ou todas elas para a sua filha, é bom chegar já a um acordo quanto a este ponto. Numa determinada casa desta redondeza eles nunca serão admitidos. Não encorajarei a imprudência daqueles dois, recebendo-os em Longbourn.

A esta declaração se seguiu uma longa disputa. Mas Mr. Bennet se mostrou firme. E o assunto logo os conduziu a outro. Mrs. Bennet descobriu com espanto e horror que o marido não adiantaria uma só libra para as despesas do enxoval. Ele declarou que ela não receberia o menor sinal da sua estima por ocasião do casamento. Mrs. Bennet não podia compreender aquela atitude. Parecia-lhe impossível que ele levasse o ressen-timento ao ponto de recusar à filha um dos privilégios sem o qual o casamento não pareceria válido.





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