Orgulho e Preconceito - Cap. 55: Capítulo LV Pág. 373 / 414

- Ele me disse que ignorava totalmente que eu estivesse em Londres na primavera passada. Eu não acreditava que isto fosse possível.

- Eu já suspeitava disso - replicou Elizabeth. - Mas como é que ele explicou o fato?

- Deve ter sido coisa feita pelas irmãs dele. Decerto elas não viam com bons olhos as suas relações comigo, coisa aliás que acho muito natural, pois ele poderia ter feito uma escolha muito mais vantajosa sob todos os pontos de vista. Mas, quando elas virem que o irmão é feliz comigo, espero que se resignem e voltaremos a ficar de bem novamente, embora nunca mais possamos ter a mesma intimidade de antes.

- Essas são as palavras mais severas que jamais ouvi você dizer - exclamou Elizabeth. - Ainda bem, eu ficaria realmente penalizada se a visse tornar a ser enganada pela falsa amizade de Miss Bingley.

- Imagine, Lizzy, quando ele foi para Londres em novembro, já gostava de mim. E só não voltou porque o convenceram de que eu lhe era totalmente indiferente.

- Ele cometeu um pequeno engano, decerto. Isto mostra pelo menos que é modesto.

Isto conduziu Jane naturalmente a fazer um panegírico da discrição de Bingley e do pouco valor que ele atribuía às suas boas qualidades.

Elizabeth ficou satisfeita por descobrir que ele não tinha revelado a interferência do amigo, pois, embora Jane tivesse o coração mais generoso do mundo, ela sabia que aquilo seria dificilmente perdoável.

- Sou decerto a criatura mais feliz que jamais existiu - exclamou Jane. - Oh, Lizzy, por que é que fui eu a escolhida na minha família para receber tão grande graça? Se ao menos eu pudesse vê-la tão feliz quanto eu... Se existisse outro homem igual àquele para você!

- Mesmo se você me desse quarenta homens iguais para escolher, nunca seria tão feliz quanto você! Seria preciso que eu possuísse o seu génio e a sua bondade.





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