Orgulho e Preconceito - Cap. 13: Capítulo XIII Pág. 69 / 414

Bennet por ter tantas filhas encantadoras; disse que muito ouvira falar na beleza das meninas, mas que naquele caso a fama ficara aquém da verdade; e acrescentou que não duvidava de que Mrs. Bennet as visse dentro em pouco todas casadas. Esse galanteio não agradou muito a algumas das ouvintes, mas Mrs. Bennet, sempre disposta a receber elogios, respondeu prontamente:

- É muita bondade sua; espero de todo o coração que as suas previsões se realizem, pois de outra maneira elas se encontrariam numa situação muito difícil. As coisas se arranjam de um modo tão estranho...

- A senhora alude talvez à sucessão desta propriedade?

- Ah, meu caro senhor, é isto mesmo. O senhor deve admitir que é uma triste situação para as minhas pobres filhas; não que eu o culpe disto, pois sei que estas coisas são uma questão de sorte neste mundo...

- Sou muito sensível às dificuldades das minhas primas, minha cara senhora, e muito poderia dizer sobre o assunto, se não temesse ser precipitado. Mas posso assegurar às jovens que vim disposto a admirá-las. No momento, não direi mais nada; talvez quando nos conhecermos melhor...

Foi interrompido pela chamada para o jantar. E as meninas sorriram umas para as outras. Elas não constituíram o único objeto da admiração de Mr. Collins. O hall, a sala de jantar e todos os móveis foram examinados e louvados; e estes elogios teriam tocado o coração de Mrs. Bennet, não fosse a mortificante suposição de que ele olhava para tudo aquilo como para as suas futuras propriedades. O jantar também foi altamente apreciado; e Mr. Collins desejou saber a qual das belas primas deveria atribuir a excelência daqueles manjares. Mrs. Bennet respondeu um tanto asperamente que a família podia perfeitamente pagar uma cozinheira e que suas filhas nada tinham a fazer na cozinha.





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