O que mais surpreendeu Elizabeth foi a extraordinária deferência que ele manifestava por Lady Catherine e a sua louvável intenção de casar, crismar e sepultar os seus paroquianos, em qualquer ocasião em que isto fosse necessário.
- Ele deve ser uma raridade - disse Elizabeth. - Não consigo formar uma ideia a seu respeito. O estilo dele é muito pomposo e acho estranho que se desculpe por ser o herdeiro mais próximo. Que culpa lhe cabe nisto? Acha que pode ser um sujeito sensato, papá?
- Não, meu bem, acho que não. Tenho grandes esperanças de que ele seja exatamente o contrário. Há um misto de servilidade e de prosápia na carta, que promete muita coisa. Estou impaciente para conhecê-lo.
- Quanto à composição - disse Mary -, a carta não me parece muito deficiente. A ideia do ramo de oliveira talvez não seja muito nova, mas acho que ele a exprimiu bem.
Quanto a Katherine e a Lydia, nem a carta nem o autor lhes pareceram ter o menor interesse. Era praticamente impossível que o primo aparecesse num uniforme vermelho. E havia já algumas semanas que não encontravam nenhum prazer senão na companhia de homens que se vestissem daquela cor. Quanto a Mrs. Bennet, a carta de Mr. Collins tinha abrandado em parte a sua má vontade. E ela se preparou para recebê-lo com uma distinção que assombrou o marido e as filhas.
Mr. Collins chegou pontualmente e foi recebido muito amavelmente por toda a família. Mr. Bennet, aliás, pouco falou, mas as senhoras foram mais comunicativas e Mr. Collins mostrou que não tinha necessidade de encorajamentos e não estava absolutamente disposto a ficar calado. Era um rapaz alto e encorpado, de vinte e cinco anos de idade. Tinha um ar grave e imponente e maneiras cerimoniosas. Pouco depois de se sentar começou a cumprimentar Mrs.