No que diz respeito ao que lhe contei sobre os nossos tribunais, Sua Majestade pediu-me que clarificasse diversos pontos, coisa que estava em condições de fazer pois, tempos atrás, tivera um prolongado litígio com a Chancelaria que me levou quase à ruína, dado que como parte vencida tive de pagar as custas do processo. Perguntou-me o rei quanto tempo demorava determinar quem tinha ou não razão, e a que preço; se os advogados e oradores gozavam de liberdade para defender causas manifestamente injustas, vexatórias ou opressivas; se os partidarismos políticos ou religiosos davam a impressão de pesar na balança da justiça. Se os advogados de defesa eram pessoas educadas com um amplo espírito de equidade ou somente imbuídas de normas ou costumes provinciais, nacionais ou locais. Se eles ou os juízes tinham, de algum modo, participado na redacção das leis sobre as quais se arrogavam a liberdade de interpretar ou comentar de acordo com a sua conveniência.