Até então pudera guardar segredo quanto às minhas vestes, para estabelecer uma diferença relativamente à maldita raça dos yahoos, mas pareceu-me inútil fingir por mais tempo. Além do mais verifiquei que o meu calçado e vestuário, que já se encontravam muito desgastados, em breve estariam inutilizados; ver-me-ia, pois, na necessidade de arranjar outros com pele de yahoo ou de outro animal e, então, o meu segredo seria posto a descoberto. Por conseguinte, disse a meu amo que, no meu país, os meus congéneres cobriam o corpo com peles de certos animais habilmente confeccionadas, quer por razões de pudor, quer para se protegerem do frio e do calor. E, quanto ao que a mim se referia, estaria pronto a demonstrá-lo de imediato, se assim o ordenasse. Suplicava-lhe apenas que me desculpasse por manter ocultas as partes que a natureza nos indicou para tapar. Disse-me que as minhas palavras, em especial as últimas, eram muito estranhas. Não conseguia perceber por que a natureza nos obrigava a esconder aquilo que nos dera.