As Viagens de Gulliver - Cap. 3: Capítulo I Pág. 69 / 339

«Artigo II. Que o citado Quimbus Flestrin, tendo trazido a frota imperial de Blefuscu para o porto real, e tendo depois sido ordenado por Sua Majestade Imperial que capturasse todos os restantes barcos do referido imperador de Blefuscu e reduzisse aquele império a uma província, que seria governada por um nosso vice-rei, e destruísse e desse morte não só a todos os exilados partidários da parte larga do ovo, como também a todos os que, naquele império, não abjurassem imediatamente da heresia da parte mais larga; o citado Flestrin, como falso e traidor relativamente a Sua Mui Benévola e Serena Majestade Imperial, pediu para ser exonerado do dito serviço, sob o pretexto de ser contrário a forçar as consciências e a destruir a liberdade e as vidas de gente inocente.

«Artigo III. Que alguns embaixadores chegaram da corte de Blefuscu para solicitar a paz na corte de Sua Majestade; o citado Flestrin, como traidor iníquo, ajudou, incitou, deu alento e agasalho aos referidos embaixadores, ainda que soubesse que eram servidores de um príncipe que recentemente fora um inimigo declarado de Sua Majestade Imperial e que se encontrava em guerra aberta contra Sua Majestade.

«Artigo IV. Que o sobredito Quimbus Flestrin, contrariamente às obrigações de um súbdito fiel, se está a preparar actualmente para fazer uma viagem à corte e império de Blefuscu, para a qual apenas recebeu autorização verbal de Sua Majestade Imperial; e, a pretexto da referida autorização, procura, de maneira falsa e pérfida, empreender a dita viagem e, com isso, ajudar, dar alento e apoiar o imperador de Blefuscu, um inimigo tão recente e em guerra declarada com Sua Majestade Imperial.

«Há outros artigos, mas estes, de que li extractos, são os mais importantes.





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