Alice no País das Maravilhas - Cap. 2: 2 - O Mar de Lágrimas Pág. 11 / 91

Enquanto falava, olhou para suas mãos e surpreendeu-se ao notar que tinha vestido uma das luvinhas brancas de pelica do Coelho. “Como posso ter feito isso?” pensou. “Devo estar diminuindo outra vez.” Levantou-se, foi até a mesa para medirse e concluiu, pelos seus cálculos, que devia estar com pouco mais de meio metro de altura e continuava a encolher velozmente: logo percebeu que a causa disso era o leque que estava segurando e descartou-o imediatamente, a tempo de evitar que desaparecesse por completo.

“Escapei por pouco!” exclamou Alice, bastante assustada com a súbita mudança, mas muito satisfeita por estar ainda existindo. “Agora, ao jardim!” E voltou correndo para a pequena porta, mas — que azar! — a pequena porta estava fechada outra vez, e a chavezinha dourada estava sobre a mesa de vidro, como antes. “As coisas estão piores do que nunca” pensou a pobre menina, “pois nunca fui tão pequena assim antes, nunca! E declaro que é ruim demais, isso é o que é!”

Ao dizer essas palavras, seu pé escorregou e, num segundo — splash! —, estava mergulhada até o queixo em água salgada.

Alice cai no lado das suas lágrimas
Alice cai num lago água salgada

A primeira ideia que lhe passou pela cabeça foi que tinha caído no mar, “e nesse caso posso voltar de trem”, disse para si mesma. (Alice tinha ido à praia só uma vez na vida, mas chegara à conclusão geral de que, em qualquer ponto do litoral da Inglaterra, sempre se encontram cabines de banho no mar, crianças brincando com pazinhas na areia, uma fileira de casas para alugar e, atrás disso tudo, uma estação ferroviária.)




Os capítulos deste livro