Porém, logo se deu conta de que estava no mar de lágrimas que chorara quando tinha dois metros e meio de altura. “Seria melhor não ter chorado tanto!” lamentou-se Alice enquanto nadava, tentando sair dali. “Parece que serei punida agora por isso, afogando-me em minhas próprias lágrimas! Será uma coisa esquisita, com certeza! Mas tudo está muito esquisito hoje.”
Naquele momento, percebeu que algo estava se movendo na água não longe dali, e foi nadando para ver o que era: a princípio achou que era uma morsa ou um hipopótamo, mas ao lembrar-se do quanto estava pequena, atinou que era apenas um rato que escorregara na água, assim como ela mesma. “Será que adiantaria”, pensou Alice, “falar com este rato agora? Tudo está tão anormal por aqui, que seria bem possível ele responder; em todo caso, não custa nada tentar.”

Alice tenta falar com o rato.
E começou: “Ó Rato, você sabe como se sai deste mar? Estou cansada de nadar aqui, ó Rato!” (Alice imaginava que fosse essa a forma correta de dirigir-se a um rato: ela nunca fizera algo assim antes, mas se lembrava muito bem de ter visto na Gramática Latina de seu irmão: “Um rato, de um rato, a um rato, um rato, ó rato!”) O rato olhou-a de modo interrogativo, e pareceu até que piscava um de seus olhinhos, mas ele não disse nada.