Alice no País das Maravilhas - Cap. 5: 5 - Conselhos de uma Lagarta Pág. 34 / 91

Alice não disse nada. Ela jamais tinha sido tão contestada em toda sua vida e sentiu que estava perdendo a paciência. “Você está satisfeita desse jeito?” indagou a Lagarta.

“Bem, eu gostaria de ficar um pouquinho maior, se a senhora não se importar”, falou Alice, “sete centímetros e meio é uma altura tão insignificante!”

“É uma altura muito boa, ora!” respondeu rispidamente a Lagarta, erguendo-se enquanto falava (ela tinha exatos sete centímetros e meio de altura).

“Mas eu não estou acostumada!” lamentou a pobre Alice, em tom desanimado. E pensou: “Só queria que essas criaturas não se ofendessem com tanta facilidade!”

“Com o tempo você vai se acostumar”, disse a Lagarta, colocando o cachimbo na boca. E começou a fumar outra vez.

Desta vez, Alice esperou pacientemente até que ela resolvesse falar de novo. Após um ou dois minutos, a Lagarta afastou o narguilé, bocejou uma ou duas vezes e espreguiçou-se. Depois desceu do cogumelo e saiu rastejando pela grama, dizendo simplesmente, enquanto se afastava: “Um lado fará você crescer, o outro fará você diminuir.”

“Um lado de quê? O outro lado de quê?” pensou Alice com seus botões.

“Do cogumelo”, disse a Lagarta, como se Alice tivesse perguntado em voz alta. Logo depois, sumiu de vista.

Alice ficou olhando pensativamente para o cogumelo durante um minuto, tentando descobrir quais seriam os dois lados, pois, como o cogumelo era perfeitamente redondo, pareceu-lhe uma difícil questão. Entretanto, ela esticou os braços em volta dele, o mais distante possível um do outro, e tirou um pedacinho de cada lado.

“E agora, qual é qual?” disse a si mesma. E experimentou um pedacinho da direita para ver o efeito.





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