Alice no País das Maravilhas - Cap. 9: 9 - A História da Falsa Tartaruga Pág. 66 / 91

A Duquesa escolheu, desaparecendo no mesmo instante. “Continuemos a partida”, disse a Rainha a Alice, que estava apavorada demais para dizer qualquer palavra, e apenas a seguiu devagar, de volta ao campo de croquet.

Os outros convidados tinham aproveitado a ausência da Rainha e estavam descansando na sombra. Contudo, assim que a viram, correram de volta ao jogo, enquanto ela simplesmente advertia que um minuto de atraso poderia custar-lhes a vida.

Durante todo o tempo em que jogaram, a Rainha não cessou nem um instante de brigar com os outros jogadores e gritar: “Cortem a cabeça dele!” ou “Cortem a cabeça dela!” Os condenados eram levados em custódia pelos soldados, os quais naturalmente para fazer isso tinham que deixar de ser arcos, de modo que após cerca de meia hora não restara nenhum arco, e todos os jogadores, com exceção do Rei, da Rainha e de Alice, estavam presos, sob sentença de execução.

Então a Rainha parou, já quase sem fôlego, e disse para Alice: “Você já viu a Falsa Tartaruga?”

“Não”, respondeu Alice, “e nem imagino o que seja uma Falsa Tartaruga.”

“É aquilo com que se faz a Falsa Sopa de Tartaruga“, disse a Rainha.

“Nunca vi nem ouvi falar”, disse Alice.

“Então, venha”, disse a Rainha, “e ela irá lhe contar sua história.”

Enquanto caminhavam, Alice ouviu o Rei dizer em voz baixa ao grupo de condenados: “Estão todos perdoados.” “Bem, isto é uma boa coisa!” disse Alice a si mesma, pois estava se sentindo muito aflita com o número de execuções que a Rainha ordenara.

Logo aproximaram-se de um Grifo, que dormia profundamente ao sol. (Se vocês não souberem o que é um Grifo, vejam a figura.) “Acorde, coisa preguiçosa!” disse a Rainha, “e leve esta senhorita para ver a Falsa Tartaruga e ouvir sua história.





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