A natureza
Foi a primeira em celebrar seu nome
Neste dia de luto e de saudade!
Trevas da quarta-feira, eu vos saúdo!
Negras paredes, mudos monumentos
De todas essas orações de mágoa,
De gratidão, de susto ou de esperança,
Depositadas ante vós nos dias
De fervorosa crença, a vós que enluta
A solidão e o dó, venho eu saudar-vos.
A loucura da Cruz não morreu toda
Após dezoito séculos! Quem chore
Do sofrimento o Herói existe ainda.
Eu chorarei — que as lágrimas são do homem —
Pelo Amigo do povo, assassinado
Por tiranos, e hipócritas, e turbas
Envilecidas, bárbaras, e servas.
V
Tu, Anjo do Senhor, que acendes o estro;
Que no espaço entre o abismo e os céus vagueias,
Donde mergulhas no oceano a vista;
Tu que do trovador à mente arrojas
Quanto