há nos céus esperançoso e belo,
Quanto há no abismo tenebroso e triste,
Quanto há nos mares majestoso e vago,
Hoje te invoco! — oh, vem! —, lança em minha alma
A harmonia celeste e o fogo e o génio,
Que dêem vida e vigor a um carme pio.
VI
A noite escura desce: o Sol de todo
Nos mares se atufou. A luz dos mortos,
Dos brandões o clarão, fulgura ao longe
No cruzeiro somente e em volta da ara:
E pelas naves começou ruído
De compassado andar. Fiéis acodem
À morada de Deus, a ouvir queixumes
Do vate de Sião. Em breve os monges,
Suspirosas canções aos Céus erguendo,
Sua voz unirão à voz desse órgão,
E os sons e os ecos reboarão no templo.
Mudo o coro depois, neste recinto
Dentro em bem pouco reinará silêncio,
O silêncio dos túmulos, e as trevas
Cobrirão por esta área a luz escassa
Despedida das lâmpadas, que pendem
Ante os altares, bruxuleando frouxas.