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Capítulo 6: A TEMPESTADE

Página 80
pobre, e aos pés calcado

De quanto há vil no mundo,

Santas inspirações morrer sentindo

Do coração no fundo,

Sem achar no desterro uma harmonia

De alma, que a minha entenda,

Porque seguir, curvado ante a desgraça,

Esta espinhosa senda?

Torvo o oceano vai! Qual dobre, soa

Fragor da tempestade,

Salmo de mortos, que retumba ao longe,

Grito da eternidade!...

Pensamento infernal! Fugir covarde

Ante o destino iroso?

Lançar-me, envolto em maldições celestes,

No abismo tormentoso?

Nunca! Deus pôs-me aqui para apurar-me

Nas lágrimas da Terra;

Guardarei minha estância atribulada,

Com meu desejo em guerra.

O fiel guardador terá seu prémio,

O seu repouso, enfim,

E atalaiar o sol de um dia extremo

Virá outro após mim.

Herdarei o morrer! Como é suave

Bênção de pai querido.

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pág. 80 (Capítulo 6)

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Capa do livro A Harpa do Crente
Páginas: 117
Página atual: 80

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A SEMANA SANTA 1
A VOZ 32
A ARRÁBIDA 35
MOCIDADE E MORTE 56
DEUS 71
A TEMPESTADE 76
O SOLDADO 82
D. PEDRO 92
A VITÓRIA E A PIEDADE 96
A CRUZ MUTILADA 106