pobre, e aos pés calcado
De quanto há vil no mundo,
Santas inspirações morrer sentindo
Do coração no fundo,
Sem achar no desterro uma harmonia
De alma, que a minha entenda,
Porque seguir, curvado ante a desgraça,
Esta espinhosa senda?
Torvo o oceano vai! Qual dobre, soa
Fragor da tempestade,
Salmo de mortos, que retumba ao longe,
Grito da eternidade!...
Pensamento infernal! Fugir covarde
Ante o destino iroso?
Lançar-me, envolto em maldições celestes,
No abismo tormentoso?
Nunca! Deus pôs-me aqui para apurar-me
Nas lágrimas da Terra;
Guardarei minha estância atribulada,
Com meu desejo em guerra.
O fiel guardador terá seu prémio,
O seu repouso, enfim,
E atalaiar o sol de um dia extremo
Virá outro após mim.
Herdarei o morrer! Como é suave
Bênção de pai querido.