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Capítulo 11: XI - O subterrãneo

Página 109

– Eu – acudiu o bobo. – As portas do castelo ficam abertas, porque os vigias e roldas correm pelas barbacãs. Saí vós outros, e esperai- os à boca do subterrâneo. Dentro de poucas horas todos estarão convosco. Basta que me deis um sinal com que eu possa fazer que eles me obedeçam.

O Lidador pareceu assentir à proposição de Dom Bibas; porque, tirando da escarcela uma tabuazinha coberta de cera, com um anel que tinha no dedo estampou nela o seu selo de camafeu e, entregando- a ao bobo, lhe disse:

– Vai, apresenta isto ao meu vílico, e serás obedecido em tudo.

– Falta ainda uma cousa! – continuou Dom Bibas. – Reverendo abade, vesti esse trajo de escudeiro que aí vedes e deixai-me vossa cogula. Não sei o que me diz o coração... Talvez me seja necessária. Será esta a primeira recompensa do serviço que ora vos faço.

Fr. Hilarião hesitou; mas o terror das ameaças que o truão ouvira ao conde só lhe dava lugar a uma ideia: a de sair de Guimarães sem risco. Depois de cinquenta anos de vida monástica, pela primeira vez o monge trocava por trajos profanos o seu santo hábito.

Dom Bibas entregou a lanterna de furta-fogo aos dois amigos, que se internaram no subterrâneo. Tanto que desapareceram, ele abriu às apalpadelas a porta exterior da sua pocilga e, cosendo-se com o muro do pátio, atravessou a ponte levadiça e encaminhou-se para o bairro do senhor da Maia.

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pág. 109 (Capítulo 11)

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Capa do livro O Bobo
Páginas: 191
Página atual: 109

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Introdução 1
II - Dom Bibas 8
III - O Sarau 18
IV - Receios e esperanças 27
V - A madrugada 38
VI - Como de um homenzinho se faz um homenzarão 45
VII - O homem do zorame 59
VIII - Reconciliação 66
IX - O desafio 80
X - Generosidade 90
XI - O subterrãneo 97
XII - A mensagem 110
XIII - A boa corda de cânave de quatro ramais 123
XIV - Amor e vingança 141
XV - Conclusão 157
Apêndice 173