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Capítulo 8: VIII - Reconciliação

Página 79

– Parte pois – disse com voz débil – mas ama-me sempre muito!

Egas então caindo a seus pés, e pegando-lhe na mão com uma alegria que tocava quase as raias da loucura, cobriu-lha de beijos.

– Oh, amar-te!? – dizia ele. – Mil vezes mais que a vida; cem vezes mais que a honra de cavaleiro! Amanhã! Amanhã... e para sempre! E erguendo-se rapidamente desapareceu no passadiço escuro, que dava saída para a corredoura.

Dulce parecia petrificada olhando para o sítio por onde Egas saíra, como quem tentava ainda descobrir a sua imagem, escutar a sua voz, no meio das trevas da noite e do silêncio profundo que a rodeava.

Não ouviu, porém, mais que o tropear de um cavalo que partia a galope, nem viu mais que a luz reflexa da sala do banquete que, batendo pelo interior das muralhas do castelo, tingia um grande lanço da cerca com a claridade baça e variegada, que jorrava pelas vidraças de mil cores do festivo aposento.

Dulce ajoelhou e, alevantando as mãos juntas para o céu, onde cintilavam miríadas de estrelas que mal podia distinguir através das próprias lágrimas, exclamou com um gesto de íntima agonia:

– Meu Deus, meu Deus! Porque me desfalece a esperança?!

Era o coração que lhe predizia algum sucesso terrível? Quem sabe?

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Capa do livro O Bobo
Páginas: 191
Página atual: 79

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Introdução 1
II - Dom Bibas 8
III - O Sarau 18
IV - Receios e esperanças 27
V - A madrugada 38
VI - Como de um homenzinho se faz um homenzarão 45
VII - O homem do zorame 59
VIII - Reconciliação 66
IX - O desafio 80
X - Generosidade 90
XI - O subterrãneo 97
XII - A mensagem 110
XIII - A boa corda de cânave de quatro ramais 123
XIV - Amor e vingança 141
XV - Conclusão 157
Apêndice 173