Primaveras Românticas - Cap. 6: Poesias Diversas Pág. 115 / 118

Quando uma chuva d'ouro luminosa,
Trazida pelo vento, vem correndo
Desde os montes sublimes, nossos vales,
Cá em baixo, não podem, tristes, frios,
Ficar estéreis como um seio inerte
De mulher na hora santa dos ardores!
Falam deuses nos ermos... e as cidades
Não hão-de ter oráculos? As rochas
Têm génio tutelar... e o lar dos homens,
Como ara ao abandono, há-de esfriar-se?
E da memória dos antigos sonhos
Restar apenas sobre as duras lajes
Um punhado de cinzas?

 

A alma eterna
Há-de voltar ao seio dos ingratos!
Alma jovem de amor e luz! O mundo
Arranca as velhas cãs! rejuvenesce!
Seu gasto coração pasma, sentindo
Um novo sangue que o anima e agita!
Sorri... tenta sorrir... não sei que oráculos
Lhe ensinam a esperança! Anseia a vida...




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