Mas, se te o pejo oprime,
Então vistamos, flor,
A nudez da inocência,
Co'a púrpura do amor!
XII
Entre os cílios de teus olhos,
Como entre uma ala de palmas,
Passam, caminho da glória,
Triunfantes, nossas almas!
E entre os batentes dos lábios,
Quando os descerra um sorriso,
De par em par vejo aberta
A porta do paraíso!
Entre teus abertos braços
É que eu tenho o horizonte,
Onde nascem lua e astros,
E doira o sol vale e monte!
E a cruzinha, que entre os seios
Lá te dorme a descansar,
É onde eu prego o meu Cristo,
É meu templo e meu altar!
Em cima de teus joelhos
Brinca o menino Jesus:
C'roa que lhe enflora a fronte
É de teus olhos a luz!