Primaveras Românticas - Cap. 5: Maria Pág. 54 / 118

Eu dava o meu orgulho d'homem - dava
Minha estéril ciência, sem receio,
E em débil criancinha me tornava,

 

Sem vida e força, e sem querer também,
Se eu pudesse dormir sobre o teu seio,
Se tu fosses, querida, a minha mãe!

 


IX

 

Eu dormira inocente e descuidado,
Como as aves do céu e como as flores,
Se tivesse por leito os teus amores,
Em vez do duro chão do meu cuidado.

 

Sou homem - a desdita bem mo adverte...
Minha longa tristeza bem mo ensina...
Mas sobre o meu sofrer, ó lírio, inclina
O doce néctar que teu seio verte,

 

Deixa banhar-me a vida o teu perfume,
E o teu orvalho refrescar minha alma,
Deixa, lírio! e verás como se acalma
Este inferno interior de vivo lume.

 





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