Eu dava o meu orgulho d'homem - dava
Minha estéril ciência, sem receio,
E em débil criancinha me tornava,
Sem vida e força, e sem querer também,
Se eu pudesse dormir sobre o teu seio,
Se tu fosses, querida, a minha mãe!
IX
Eu dormira inocente e descuidado,
Como as aves do céu e como as flores,
Se tivesse por leito os teus amores,
Em vez do duro chão do meu cuidado.
Sou homem - a desdita bem mo adverte...
Minha longa tristeza bem mo ensina...
Mas sobre o meu sofrer, ó lírio, inclina
O doce néctar que teu seio verte,
Deixa banhar-me a vida o teu perfume,
E o teu orvalho refrescar minha alma,
Deixa, lírio! e verás como se acalma
Este inferno interior de vivo lume.