Lindas águas do Mondego,
E os salgueiros a cantar!
Quando a cheia é de tristezas
Ninguém a pode passar!
IV
Guitarra, minha guitarra,
Quem te havia de estalar?!
Bem se acaba uma cantiga...
O amor não quer acabar!
V
Vou morrer - mas não desejo
Campa nobre alevantada...
Cavem minha sepultura
No seio da minha amada!
Sejam-me círios brilhantes,
Quando me for a enterrar,
Os seus olhos tão formosos,
Tristes por mim a chorar!
Que não me queimem incenso,
Entre cantos funerais...
Eu não quero outro perfume
Mais que o incenso de seus ais!
Não se oiçam os graves sinos
Dobrando com grande dor...
Basta que no peito dela
Dobrem saudades d’amor!