Primaveras Românticas - Cap. 6: Poesias Diversas Pág. 83 / 118

Para nós a morte extrema
É começo, não é fim...
Verás se te não respondo
Mal que tu chames por mim...

 

Mortos somos nós agora,
Que nem podemos falar,
E a medo até escutamos
O coração palpitar!

 

Ninguém viu as nossas asas,
Tão encolhidas estão!
Mas o negro céu da morte
Tem uma livre extensão!

 

Abaixo do chão dez palmos
Já não têm poder as leis,
As leis que os homens puseram
Em seus códigos cruéis...

 

Tua mão, que nunca em vida
Pude na minha apertar,
Há-de ali eternamente
Sobre a minha mão pousar!

 

E um sopro da boca morta,
Sem falas, me há-de dizer,
Em língua que não é d'homens:
«Nunca mais te hei-de perder!»

 

Como o túmulo é estreito...
E é um mundo para nós!
Este universo é que é túmulo
Se eu não ouço a tua voz...

 





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