Mas vazar, num só ai, todo o infinito!...
À luz do coração, mostrar o Imenso!...
Cobrir de flores o deserto extenso!...
E, num suspiro só, por Deus escrito!
Mulher! mulher! a alma é que adivinha!
Dize-me então (se alguém não to há vedado)
De que flores se faz esse relvado
Sobre que a alma pelo céu caminha?
Porque, antes de se abrir o mundo vasto
Às revoltas paixões da humanidade,
Já, nas dobras do manto, a imensidade
Tinha a poesia do que é santo e casto!
Corações de mulher! vós a sonhastes
- Muito antes de haver rimas - suspirando,
Ou seguindo co'o olhar o aéreo bando
D'aves d'amor, que d'alma ao céu soltastes!…
Ou inclinadas sobre o berço estreito,
Onde se incuba o poema do futuro...
Ou dando a mão ao sofrimento escuro...
Ou dando toda a luz ao escuro peito...