Ofendido até ao âmago pela derradeira ironia, Tadeu ergueu-se de ímpeto, tomou o chapéu e a enorme bengala de castão de ouro e fez a cortesia de despedida.
– São amargas as verdades, não é assim? – disse-lhe, sorrindo, o desembargador Mourão Mosqueira.
– Vossa excelência lá sabe o que diz, e eu cá sei no que hei-de ficar – respondeu com tom irónico o fidalgo, alanceado na sua honra e na dos seus quinze avós.
O desembargador retorquiu:
– Fique no que quiser; mas vá na certeza, se isso lhe serve de alguma coisa, que Simão Botelho não vai à forca.
– Veremos… – resmoneou o velho.