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Capítulo 8: Capítulo 8

Página 46

Diz-me o que souberes. Eu já não peço a Deus senão a tua vida. Foge desses sítios; vai para Coimbra, e espera que o tempo melhore a nossa situação. Tem confiança nesta desgraçada, que é digna da tua dedicação… Chega a pobre: não quero demorá-la mais… Perguntei-lhe se se dizia de ti alguma coisa, e ela respondeu que não. Deus o queira.»

Respondeu Simão a querer tranquilizar o ânimo de Teresa. Do seu ferimento falava tão de passagem, que dava a supor que nem o curativo era necessário. Prometia partir para Coimbra logo que o pudesse fazer sem receio de Teresa sofrer na sua ausência. Animava-a a chamá-lo, assim que as ameaças do convento passassem a ser realizadas.

Entretanto, Baltasar Coutinho, chamado às autoridades judiciárias para esclarecer a devassa instaurada, respondeu que efectivamente os homens mortos eram seus criados, de quem ele e sua família se acompanhara de Castro Daire. Acrescentou que não sabia que eles tivessem inimigos em Viseu, nem tinha contra alguém as mais leves presunções.

Os mais próximos vizinhos da localidade, onde os cadáveres tinham aparecido, apenas depunham que, alta noite, tinham ouvido dois tiros ao mesmo tempo, e outro, pouco depois. Um apenas adiantava coisa que não podia alumiar a justiça, e vinha a ser que o mato, nas vizinhanças do local, fora chapotado. Nesta escuridade a justiça não podia dar passo algum.

Tadeu de Albuquerque era conivente no atentado contra a vida de Simão Botelho. Fora seu o alvitre, quando o sobrinho denunciou a causa das saídas frequentes de Teresa, na noite do baile. Tanto ao velho como ao morgado convinha apagar algum indício que pudesse envolvê-los no mistério daquelas duas mortes. Os criados não mereciam a pena dum desforço que implicasse o desdouro de seus amos. Provas contra Simão Botelho não podiam aduzi-las. Àquela hora o supunham eles a caminho de Coimbra, ou refugiado em casa de seu pai. Restava-lhes ainda a esperança de que ele tivesse sido ferido, e fosse acabar longe do local em que o tinham assaltado.

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Capa do livro Amor de Perdição
Páginas: 145
Página atual: 46

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 10
Capítulo 4 16
Capítulo 5 23
Capítulo 6 29
Capítulo 7 36
Capítulo 8 45
Capítulo 9 55
Capítulo 10 64
Capítulo 11 70
Capítulo 12 81
Capítulo 13 87
Capítulo 14 94
Capítulo 15 101
Capítulo 16 107
Capítulo 17 113
Capítulo 18 119
Capítulo 19 123
Capítulo 20 128
Capítulo 21 133
Capítulo 22 139