Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 12: XI

Página 19

Paulo Botelho estremeceu na cadeira, quando viu aquela alvejar de uma larva, ajoelhada nos degraus da tribuna.

Deu-se um profundo silêncio de alguns minutos.

Eulália já não podia coordenar as ideias que poucos dias antes clamara no coro. O sorriso da loucura, o gemido sufocante, uma lágrima embebida logo no ardor das faces, e algumas palavras entaladas, e apenas inteligíveis, eram alternativas que a tornaram mais lastimável durante alguns minutos.

A mulher e três filhas de Paulo Botelho, que a viram entrar, correram ao tribunal, e quiseram arrastá-la dali. Era impossível. A estátua parecia chumbada sobre o seu túmulo.

A família do juiz julgou conveniente empregar o insulto como solução. Falavam do justiçado com certa náusea, que elas supuseram ser o bálsamo para a ferida mortal de Eulália. Paulo Botelho, coadjuvando as razões da sua família, cobria de impropérios afrontosos o homem que, pouco depois, havia de perdoar as injúrias com a cabeça no laço da forca.

A exaltação aflitiva de Eulália tinha tocado o ponto culminante da morte, ou da alienação irremediável.

- Inocente! Inocente! - eram os gritos únicos, as derradeiras palavras que os lábios daquela mulher tinham de proferir.

<< Página Anterior

pág. 19 (Capítulo 12)

Página Seguinte >>

Capa do livro Uma Praga Rogada nas Escadas da Forca
Páginas: 29
Página atual: 19

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Prefácio 1
I 2
II 3
III 4
IV 6
V 8
VI 9
VII 11
VIII 12
IX 14
X 17
XI 18
XII 20
XIII 22
XIV 23
XV 26
Conclusão 27