Basílio estacou, escutando. Mas subitamente, fez-se um grande silêncio; uma das vozes disse com brandura:
- Paus!
A outra respondeu com benevolência:
- É o que devia ter feito há pouco.
E imediatamente a questão rebentou de novo, estridente. Praguejavam, obscenidades.
Basílio foi ao bilhar. O Visconde Reinaldo, de pé, apoiado ao taco, seguia com uma imobilidade grave o jogo do seu parceiro; mas apenas viu Basílio, veio para ele rapidamente, e muito interessado:
- Então?
- Agora mesmo - disse Basílio mordendo o charuto.
- Enfim, hem? - exclamou Reinaldo, arregalando os olhos, com uma grande alegria.
- Enfim!
- Ainda bem, menino! Ainda bem!
Batia-lhe no ombro, comovido.
Mas chamaram-no para jogar; e todo estirado sobre o bilhar, com uma perna no ar, para dar com mais segurança o efeito, dizia com a voz constrangida pela atitude:
- Estimo, estimo, porque essa coisa começava a arrastar...
- Taque! Falhou a carambola.
- Não dou meia! - murmurou com rancor.
E chegando-se a Basílio, a dar giz no taco:
- Ouve cá...
Falou-lhe ao ouvido.
- Como um anjo, menino! - suspirou Basílio.