Já de noite, Paula, Lowell Thayer, Anson e um quarto parceiro de ocasião jogavam bridge no Everglades Club. Parecia a Anson que o rosto dela, sério e afável, estava pálido e cansado; ela já frequentava a sociedade havia quatro, cinco anos. Ele conhecia-a havia três.
- Duas espadas.
- Um cigarro?... Oh, desculpem. Eu passo.
- Passo.
- Dobro três espadas.
Havia uma dúzia de mesas de bridge no salão cheio de fumo. Os olhos de Anson encontraram os de Paula e prenderam-nos insistentemente, mesmo quando o olhar de Thayer surgiu entre eles...
- Qual foi a voz? - perguntou ele abstracto. «Rosa de Washington Square»
cantavam os jovens pelos cantos:
«Ali eu vou definhando
em ares impuros»
O fumo acumulava-se como nevoeiro e, quando se abria uma porta, o salão ficava cheio de redemoinhos de ectoplasma. «Olhinhos Brilhantes» deslizavam por entre as mesas à procura de Mr. Conan Doyle entre os senhores ingleses que estavam pelo vestíbulo em atitude de senhores ingleses.
- Podia cortar-se à faca.
- Corta-o à faca.
- Uma faca.
No fim do róber Paula levantou-se de súbito e falou a Anson numa voz tensa e grave. Mal olhando para Lowell Thayer, saíram pela porta e desceram um longo lanço de escadas de pedra; num instante estavam caminhando de mãos dadas ao longo da praia iluminada pelo luar.
- Meu amor, meu amor... - Beijaram-se com ousadia, com paixão, numa sombra... Então Paula retirou o rosto para trás para que os lábios dele pudessem dizer o que ela queria ouvir; podia sentir as palavras formarem-se enquanto se beijavam de novo.