VII
Anson nunca se censurou pelo papel que desempenhara nesta história; a situação que a provocara não era da sua autoria. Mas os justos sofrem tanto como os pecadores, e ele chegou à conclusão de que a sua mais antiga e talvez mais preciosa amizade terminara. Nunca soube que história distorcida Edna contara, mas nunca mais foi bem-vindo em casa do tio.
Precisamente antes do Natal Mrs. Hunter retirou-se para um paraíso especial episcopal selecto e Anson ficou responsável pela família. Uma tia solteira que vivera com eles durante anos governava a casa e tentava com impotente ineficácia, fazer de pau-de-cabeleira das raparigas mais novas: Todos os filhos eram menos seguros de si próprios do que Anson, mais convencionais, tanto nas suas virtudes como nos seus defeitos. A morte de Mrs. Hunter tinha adiado a apresentação na sociedade de uma filha e o casamento de outra. Também lhes tirou a todos algo de profundamente material, pois que, com o seu desaparecimento, a superioridade tranquila e dispendiosa dos Hunters chegou ao fim.
A propriedade, consideravelmente diminuída por dois direitos de transmissão e, depois, dividida pelos seis filhos, já não constituía uma fortuna notável. Anson via nas irmãs mais novas uma tendência para falar com respeito de famílias que não «existiam» vinte anos antes. O seu próprio sentido de superioridade não tinha eco nelas; por vezes eram convencionalmente snobes, e era tudo. Foi também este o último Verão que passaram na propriedade de Connecticut; o clamor contra era demasiado forte: «Quem é que quer desperdiçar os melhores meses do ano enclausurado naquela terra morta e velha?». Com relutância, ele cedeu; a casa iria ser posta à venda no próximo Outono e, no Verão seguinte, alugariam uma casa mais pequena em Westchester County.
