No entanto, ele próprio era uma parte desta mudança, e. o seu forte instinto de vida afastara-o, quando estava na casa dos vinte, das cerimónias ocas daquela classe rudimentar e ociosa. Não via isto com clareza; ainda sentia que havia uma norma, um modelo de sociedade. Mas não havia nenhuma, e era duvidoso que alguma vez tivesse existido uma norma autêntica em Nova Iorque. Os poucos que ainda pagavam e lutavam para entrar em determinado grupo, só conseguiam descobrir que, como sociedade, não funcionava ou, o que era mais alarmante, que aqueles de que fugiam se sentavam à mesa acima deles.
Aos vinte e nove anos a principal preocupação de Anson era a sua própria solidão crescente. Tinha agora a certeza de que nunca se casaria. Os casamentos em que participara como padrinho, ou acompanhante do noivo, já não tinham conta: tinha em casa uma gaveta cheia de gravatas deste ou daquele casamento, gravatas que representavam romances que não duraram um ano, de casais que tinham saído completamente da sua vida. Alfinetes de gravata, lapiseiras de ouro, botões de punho, presentes de uma geração de noivos, haviam passado pelo seu guarda-joias e tinham sido perdidos e, em cada cerimónia, ele cada vez era menos capaz de se imaginar no lugar do noivo. Por baixo da sua calorosa simpatia por todos os casamentos havia desespero quanto ao seu.
E, ao aproximar-se dos trinta ficava um tanto deprimido com o desgaste que os casamentos, especialmente os tardios, provocavam nas suas amizades. Os grupos de pessoas tinham uma tendência desconcertante para se dissolverem e desaparecerem.