A Década Perdida - Cap. 3: O MENINO RICO Pág. 153 / 182

Ele e a rapariga conversavam e riam juntos num sofá do bar quando eu fui para a cama.

Durante a viagem vi-o menos do que esperava. Queria arranjar um grupo de quatro pessoas para jogar, mas não havia ninguém livre, por isso só o via às refeições. Mas às vezes tomávamos uma bebida no bar e ele falava-me da rapariga do gorro vermelho e das suas aventuras com ela, tornando-as bizarras e divertidas como era seu hábito, e eu ficava satisfeito por ver que ele era novamente ele ou, pelo menos, a personalidade que eu conhecia e com que me sentia à vontade. Penso que ele nunca era feliz senão quando alguém estava apaixonado por ele, reagindo como limalha a um íman, ajudando-o a explicar-se a si próprio, prometendo-lhe qualquer coisa. O que era não sei. Talvez prometessem que haveria sempre no mundo mulheres que passariam as suas horas mais alegres, doces e raras a proteger e a embalar aquela superioridade que ele acalentava no coração.





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