Pôs-lhe as mãos nos braços e beijou-a na face.
- O que se passa? - repetiu um tanto alarmado. - Estava num baile no Delmonico, Henry - disse ela excitada - e não resisti a vir ver-te.
- Ainda bem que vieste. - A sua vivacidade rapidamente deu lugar à habitual incerteza. - Não devias andar pelas ruas sozinha de noite, pois não?
O homem na outra extremidade da sala estivera olhando para eles com curiosidade, mas a um sinal de Henry aproximou-se. Era um tanto gordo e tinha olhos pequenos e brilhantes; depois de ter tirado o colarinho e a gravata dava a impressão de ser um lavrador do Middle West numa tarde de domingo.
- É a minha irmã ~ disse Henry. - Veio cá ver-me.
- Como está? - disse sorridente o homem gordo. - Chamo-me Bartholomew, Miss Bradin. Sei que o seu irmão já se esqueceu do meu nome há muito tempo.
Edith riu-se delicadamente.
- Bom - continuou ele -, as instalações não são propriamente grandiosas, pois não?
Edith olhou à volta do compartimento.
- A mim parecem-me bem simpáticas - replicou. - Onde guardam as bombas?
- As bombas? - repetiu Bartholomew, rindo-se.
- Essa é muito boa, as bombas. Ouviste o que ela disse, Henry? Quer saber onde guardamos as bombas. Olha que essa é muito boa.
Edith fez uma reviravolta até uma secretária vazia e sentou-se balouçando os pés por sobre a borda. O irmão sentou-se ao lado dela.
- Olha - disse com ar ausente. - Como achas Nova Iorque desta vez?
- Não está mal. Estou instalada no Biltmore com os Hoyts até domingo. Não podes ir almoçar comigo amanhã?
Ele pensou por um momento.