Dean empertigou-se um pouco mais. As palmadinhas. que dava nos joelhos tornaram-se maquinais. Sentia vagamente que estava a ser injustamente carregado de responsabilidades; nem sequer tinha a certeza de que queria saber. Embora não o surpreendesse encontrar Gordon Sterrett em dificuldades, havia qualquer coisa na sua infelicidade presente que o afastava e o endurecia, mesmo se lhe excitava a curiosidade.
- Continua.
- É uma rapariga.
- Hum! - Dean decidiu que nada lhe iria estragar a viagem. Se Gordon ia deprimi-lo, então estaria menos com ele.
- Chama-se Jewel Hudson - continuou da cama a ,voz aflita. - Dantes era «pura», suponho que até há um ano. Vivia aqui em Nova Iorque. A família é pobre, morreram e ela agora vive com uma tia velha. Foi mais ou menos quando a conheci que todos começaram a regressar de França em massa, e o que fiz foi festejar o regresso deles e ir com eles a festas. Foi assim que começou, Phil, só posso estar contente por ver todos e eles estarem contentes por me verem.
- Devias ter tido mais juízo.
- Bem sei. - Gordon calou-se e depois prosseguiu apático: - Agora só conto comigo e sabes, Phil, não posso suportar ser pobre. Depois apareceu aquela maldita rapariga. Parece que se apaixonou por mim durante algum tempo e, embora eu nunca tivesse tencionado envolver-me muito, parecia que estava sempre a encontrá-la. Podes calcular como eu trabalhava lá para os exportadores; está claro que sempre pensei em desenhar; fazer ilustrações para revistas; ganha-se muito dinheiro com isso.
- Então porque não te meteste nisso? É preciso dedicarmo-nos às coisas se queremos ter sucesso - disse Dean com um formalismo distante.