- Ye-ow-ow! - bradou Peter, fazendo das mãos altifalante, e Dean juntou-se-lhe com um grito que, embora igualmente significativo e simbólico, tirava a ressonância da sua própria má articulação.
- Yo-ho! Yea! Yoho! Yo-buba!
A Rua 53 era um autocarro tendo no cimo uma beldade morena, de cabelo cortado à rapaz; a Rua 52 era um varredor das ruas que se desviou, fugiu e lançou um grito de «Olhem por onde vão!» numa voz magoada e aflita. Na Rua 50, um grupo de homens sobre um passeio muito branco, em frente de um edifício muito branco, voltou-se para olhar para eles e gritou:
- Isso é que foi um regabofe, rapazes!
Na Rua 49 Peter voltou-se para Dean. - Bela manhã - disse muito sério, semicerrando os olhos de coruja.
- Se calhar é.
- Vamos tomar o pequeno almoço, hein?
Dean concordou, mas acrescentou:
- O pequeno almoço e uns copos.
- O pequeno almoço e uns copos - repetiu Peter, e olharam um para o outro acenando com a cabeça. - É lógico.
Então ambos desataram em grandes gargalhadas. - Pequeno almoço e uns copos! Meu Deus!
- Não pode ser - anunciou Peter.
- Não servem? Não faz mal. Obrigamo-los a servir. Traz cerveja à pressão.
- Traz cerveja, é lógico.
O táxi saiu subitamente da Broadway, meteu por uma transversal e parou em frente de um edifício pesado, parecido com um mausoléu, na Quinta Avenida.
- Qual é a ideia?
O motorista informou-os de que estavam no Delmonico, o que era um tanto esquisito. Foram obrigados a dedicar vários minutos a uma concentração intensa, pois que, se tinham dado tal ordem, devia haver uma razão para isso.
- Qualquer coisa sobre um casaco - sugeriu o motorista.
Era isso. O sobretudo e o chapéu de Peter. Tinha-
-os deixado no Delmonico. Chegados a esta conclusão, saíram do táxi e dirigiram-se para a entrada de braço dado.