Sentou-se trémulo num degrau de marfim.
Era evidente que algo de terrível acontecera, algo que, pelo menos nesse momento, tinha adiado a sua própria aflição. O que seria? Ter-se-iam os negros revoltado? Teriam os aviadores forçado as barras de ferro da grade? Ou teriam os homens de Fish atravessado às cegas os montes e visto, com olhos tristes e mortiços, o vale verdejante? John não sabia. Ouviu um sibilar de vento quando o elevador veio de novo para cima e, pouco depois, quando voltou a descer. Era provável que Percy se precipitasse para: ajudar o pai, e John lembrou-se de que esta poderia ser a oportunidade para se juntar a Kismine e planear uma fuga imediata. Esperou até o elevador ficar silencioso por uns minutos; tremendo um pouco por causa do frio da noite que o penetrava através do pijama molhado, voltou para o quarto e vestiu-se rapidamente. Depois subiu um grande lanço de escadas e voltou para o corredor atapetado de zibelina russa que conduzia ao quarto de Kismine.
A porta da sala de estar estava 'aberta e as luzes acesas. Kismine, num quimono de angorá, estava junto da janela do quarto em atitude de quem escuta, e quando John entrou sem fazer barulho voltou-se para ele.
- Ah, és tu! - sussurrou ela atravessando o quarto ao encontro dele. - Ouviste-os?
- Ouvi os escravos do teu pai na minha ...
- Não - interrompeu ela excitada. - Aviões!
- Aviões? Talvez fosse o barulho deles que me acordou.
- São pelo menos uma dúzia. Vi um há bocadinho em frente da luz. O guarda que está no rochedo disparou e foi o que acordou o pai. Vamos abrir fogo sobre eles imediatamente.
- Estão aqui de propósito?
- Estão. Foi aquele italiano que fugiu.
- Em simultâneo com as suas últimas palavras, uma série de estalidos secos entrou pela janela aberta.