- Já andei a investigar umas coisas sobre este tipo - prosseguiu. - Se soubesse, tinha ido mais longe...
- Quer dizer que consultou um médium? - inquiriu Jordan, com humor.
- Um quê? - confuso, ele fitou-nos e nós ríamos. - Um médium?
- Por causa do Gatsby.
- Um médium para o Gatsby! Não, nada disso. O que eu quis dizer foi que já andei a fazer uma pequena investigação a respeito do seu passado.
- E descobriu que ele andou em Oxford! - disse Jordan, à laia de ajuda.
- Andou agora em Oxford! - exclamou, incrédulo. Em Oxford, uma figa! Um homem que usa um fato cor-de-rosa?
- Pois é, mas que andou em Oxford, andou.
- Oxford, Novo México! - resfolegou Tom com desdém. - Ou qualquer coisa no género.
- Escute cá, Tom, se você é tão snobe, porque é que o convidou para almoçar? - perguntou Jordan, já irritada. - Quem o convidou foi a Daisy! Conheceu-o antes de nos casarmos... sabe Deus onde!
Passado o efeito da cerveja, já íamos todos irritados e, conscientes disso, calámo-nos por algum tempo. Depois, quando ao fundo da estrada apareceram os olhos murchos do doutor T. J. Eckleburg, lembrei-me do aviso de Gatsby a propósito da gasolina.
- Ainda temos que chegue, até à cidade - disse Tom.
- Mas há uma garagem já ali! - contrapôs Jordan. Não quero parar na estrada, com este calor de assar!
Tom accionou impacientemente os dois travões e parámos bruscamente, erguendo uma nuvem de poeira, sob a tabuleta de Wilson. Passado um instante, veio lá de dentro o dono, que fixou no carro o seu olhar vazio.
- Precisamos de gasolina! - ordenou Tom com rudeza. - Ou para que é que você pensa que parámos aqui? Para admirar a paisagem, não?
- Estou doente - disse Wilson, sem se mexer. - Tenho estado todo o dia assim.