O Grande Gatsby - Cap. 9: Capítulo IX Pág. 162 / 173

No dia do funeral, fui; de manhã, a Nova Iorque, para me encontrar com Meyer Wolfshiem; não tinha outra maneira de o apanhar. Na porta que empurrei, a conselho do ascensorista, estava assinalado o nome «The Swastika Holding Company», e ao princípio pareceu-me não haver ninguém lá dentro. Mas depois de ter gritado «Bom dia!» várias vezes, em vão, ouvi irromper uma discussão por detrás de um tabique e finalmente apareceu, a, uma porta interior, uma encantadora judia, que me perscrutou hostilmente com os seus olhos negros.

- Não está cá ninguém! - disse ela. - O senhor Wolfshiem foi para Chicago.

A primeira parte do discurso era obviamente mentira, pois alguém, lá dentro, começara a assobiar The Rosary.

- Diga-lhe, por favor, que o senhor Carraway deseja falar-lhe.

- Não posso ir buscá-lo a Chicago, não acha?

Neste momento, a inconfundível voz de Wolfshiem chamou do outro lado da porta:

- Stella!

- Deixe o seu nome aí, em cima da secretária - disse, muito despachada. - Eu dou-lho, quando ele voltar.

- Mas eu sei que ele está cá!

Avançou um passo para mim e começou a esfregar as mãos nas ancas, para cima e para baixo, com indignação.

- Vocês, os rapazes novos; julgam que podem entrar aqui à força, a qualquer hora que vos apeteça! - barafustou ela. - Começamos a ficar fartos disto! Se eu lhe digo que ele está em Chicago, é porque está mesmo em Chicago!

Mencionei o nome de Gatsby.

- Oh! - voltou a olhar-me de alto a baixo. - Quer fazer só o favor de... Como disse que se chamava?

Desapareceu. Daí a um instante, estava Meyer Wolfshiem, solenemente, à entrada da porta, a estender-me ambas as mãos. Levou-me para o gabinete, observando, com uma voz compungida, que o momento era de tristeza para todos nós, e ofereceu-me um charuto.





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