O Grande Gatsby - Cap. 1: Capítulo I Pág. 4 / 173

dias, enquanto não fugiu - e um velho Dodge e uma finlandesa) que me fazia a cama e preparava o pequeno-almoço, resmungando para si própria, por cima do fogão eléctrico, não sei que sabedorias da sua terra. Estive isolado cerca de um dia, até que uma manhã, um homem qualquer, ainda mais recém-chegado do que eu, me deteve na estrada.

- Como é que se vai para a, aldeia de West Egg? - perguntou, desamparado.

Lá lhe disse como era. E, quando continuei a andar, já não estava só. Eu era um guia, um explorador de rotas desconhecidas, um colono original. Por mera casualidade, ele tinha-me conferido a liberdade de escolher a vizinhança.

E assim, com o sol e os numerosos rebentos a crescerem nas árvores, tal como as coisas se desenvolvem no cinema ao retardador, ganhei essa familiar convicção de que a vida ia recomeçar de novo com o Verão.

Havia, por um lado, muito que ler e; por outro, muita saúde a extrair do rejuvenescente ar puro. Comprei uma dúzia de volumes, vermelhos é doirados, sobre a banca, o crédito e investimentos, que assentavam na minha estante como notas de banco acabadas de sair da Casa da Moeda e prometiam revelar-me os cintilantes segredos que só Midas, Morgan e Mecenas conheciam. E tinha a sublime intenção de ler muitos outros livros mais. Já na universidade era especialmente devotado às letras - houve um ano em que cheguei mesmo a escrever uma série de editoriais, num estilo solene mas claro, para o Yale News - e o que eu ia fazer agora era reintroduzir todos esses velhos hábitos na minha vida, convertendo-me de novo no mais limitado dos especialistas, o «homem esclarecido». Não é um mero epigrama - ao fim e ao cabo, somos muito melhor sucedidos quando vemos a vida de uma única janela.

Foi por





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