Segurou-me na mão de um modo impessoal, como que a prometer que dentro de um minuto tomaria conta de mim, e prestou atenção a duas raparigas de vestidos amarelos iguais, que pararam ao fundo das escadas.
- Olá - exclamaram ao mesmo tempo. - Lamentamos que não tenha ganho.
Referiam-se ao torneio de golfe. Ela tinha perdido nas finais da semana anterior.
- Você não sabe quem nós somos - disse uma das raparigas de amarelo -, mas vimo-la aqui mesmo há cerca de um mês.
- É que, entretanto, vocês pintaram o cabelo! - observou Jordan, e eu apanhei um susto, mas as raparigas tinham continuado a andar, naturalmente, e a sua observação dirigiu-se, afinal, à lua prematura, nascida, sem dúvida, como a ceia, do cesto de um fornecedor. Com o esguio e dourado braço de Jordan pousado no meu, descemos os degraus e errámos pelo jardim. Uma bandeja de cocktails flutuou em direcção a nós através do crepúsculo e sentámo-nos a uma mesa com as duas raparigas de amarelo e três homens, que se apresentaram todos como senhor Mumble.
- Vem muitas vezes a estas festas? - perguntou Jordan à rapariga que estava ao seu lado.
- A última vez que cá vim foi aquela em que a conheci - respondeu a rapariga numa voz alerta e segura de si. Voltou-se para a companheira: - Não foi também essa a última vez que cá estiveste, Lucille?
Para Lucille também tinha sido.
- Gosto de cá vir - disse Lucille. - Não tenho de me preocupar com o que faço e por isso divirto-me sempre. Da última vez que cá estive, rasguei o vestido numa cadeira e ele pediu-me o nome e a morada. No espaço de uma semana recebi uma encomenda do Croirier's com um vestido de baile novo lá dentro.
- E ficou com ele? - preguntou Jordan.