- Claro que sim. Estava para o trazer esta noite, mas fica-me demasiado grande no peito e tem de ser apertado. É azul-grisé com pintas cor de lavanda. Duzentos e sessenta e cinco dólares, foi quanto ele custou.
- Há qualquer coisa de estranho num tipo que faz uma coisa destas - disse ardentemente a outra rapariga. - Ele não quer complicações seja com quem for.
- Mas quem? - perguntei eu.
- Gatsby. Houve alguém que me disse...
As duas raparigas e Jordan inclinaram-se ao mesmo tempo numa atitude confidencial.
- Houve alguém que me disse que se suspeitava que ele tinha matado um homem, em tempos.
Um calafrio atravessou-nos. Os três senhores Mumble curvaram-se para diante, avidamente à escuta.
- Parece-me que não é bem isso - questionou Lucille com cepticismo. - Tem mais a ver com o facto de ele ter sido espião da Alemanha durante a guerra.
Um dos homens acenou a cabeça em confirmação.
- Foi o que eu ouvi dizer a um indivíduo que o conhece perfeitamente, que foi criado juntamente com ele na Alemanha - assegurou-nos terminantemente.
- Oh, não- disse a primeira rapariga -, isso é impossível, porque durante a guerra serviu ele no exército americano. - E como a nossa credulidade voltasse a concentrar-se nela, inclinou-se ainda mais para a frente, plena de entusiasmo: - Experimentem olhar para ele quando ele não notar que estão a observá-lo. Seria capaz de apostar que já matou alguém.
Contraiu os olhos e estremeceu. Lucille estremeceu.
Voltámo-nos todos e olhámos em redor à procura de Gatsby. Testemunho da especulação romântica que ele inspirava era o facto de que, mesmo aqueles que pouco encontravam neste mundo que fosse digno de censura, murmuravam a seu respeito.
A primeira ceia - outra viria, depois da meia-noite estava agora a ser servida e Jordan convidou-me a juntar-me ao seu grupo, espalhado à volta de uma mesa no outro lado do jardim.