Eu já tratei disso. São reais!
- Os livros?
Fez que sim com a cabeça.
- Absolutamente reais, têm páginas e tudo. Pensei que fossem só lombadas de cartão a fazer de livros, bonitas e duradoiras. Mas, na verdade, são absolutamente reais. Páginas e... Estão aqui! Eu já lhes mostro!
Dando como provado o nosso cepticismo, precipitou-se para as estantes e voltou com o volume primeiro das Stoddard Lectures.
- Ora vejam! - exclamou, triunfante. - É um genuíno fragmento de matéria impressa! Fui enganado! Este tipo é um Belasco! chapado. Um triunfo! Mas que perfeição! Que realismo! E sabia onde devia parar: e tudo... nem as folhas abriu! Mas, afinal, que é que desejam? Por que esperam?
Arrebatou-me o livro das mãos e apressou-se a repô-lo na prateleira, resmungando que; se lhe tirassem um tijolo, a biblioteca em peso ficava logo sujeita a vir abaixo.
- Com quem vieram? - perguntou. - Ou vieram, simplesmente? A mim, trouxeram-me. A maior parte das pessoas vêm porque as trazem.
Jordan olhou para ele, atenta e prazenteira, mas não respondeu.
- Vim com uma senhora de apelido Roosevelt - continuou. - A senhora Claud Roosevelt. Conhecem-na? Conheci-a algures a noite passada. Ando bêbedo há quase uma semana e pensei que talvez me fizesse bem estar sentado numa biblioteca.
- E sente-se melhor?
- Acho que estou um bocadinho melhor. Mas ainda é cedo para afirmar. Só cá estou há uma hora. Já lhes falei sobre os livros? São reais. São...
- Já nos disse.
Demos-lhe um grave aperto de mão e voltámos para o ar livre.
Dançava-se agora na plataforma do jardim; alguns velhos empurravam raparigas para trás, em eternos círculos sem graça, outros pares, superiores, dançavam tortuosamente, ao estilo da moda, mantendo-se sempre nos cantos - e um grande número de raparigas individualistas dançavam sozinhas ou aliviavam por momentos a orquestra do fardo do banjo ou dos instrumentos de percussão, tocando-os elas.