- Adoro esta fotografia! - exclamou Daisy. - A poupa!
Você nunca me disse que tinha usado poupa... nem que tinha tido um iate!
- Olhe para isto! - disse Gatsby, vivamente. - É uma série de recortes de jornais... a seu respeito!
Ficaram lado a lado, a examiná-los. Ia eu pedir-lhe que me mostrasse os rubis, quando o telefone tocou e Gatsby levantou o auscultador.
- Sim... bom, mas agora não posso falar... Não posso falar agora, meu velho... Eu disse uma cidade pequena!... Ele deve saber o que é uma cidade pequena... Bom, se Detroit é a noção que ele tem de uma cidade pequena, não sei que utilidade tem ele para nós!...
Desligou o telefone.
- Venham cá depressa! - gritou Daisy da janela. Continuava a chover, mas havia abertas a oeste e, por cima do mar, um tropel de nuvens espumosas, cor-de-rosa e doiradas.
- Olhe para aquilo! - murmurou ela e, passado um instante: - Só queria apanhar uma daquelas nuvens cor-de-rosa, metê-lo lá dentro e empurrá-lo!
Nesta altura, tentei ir-me embora, mas nem ouvir-me falar nisso eles queriam; talvez a minha presença os fizesse sentir mais satisfatoriamente a sós.
- Já sei o que vamos fazer! - disse Gatsby. - Vamos pôr o Klipspringer a tocar piano!
Saiu do quarto a chamar «Ewing!» e voltou poucos minutos depois, acompanhado de um rapaz novo, embaraçado e ligeiramente envelhecido, com óculos de aros de tartaruga e parco cabelo louro. Estava agora decentemente vestido com uma camisa sport, aberta no colarinho, sapatos de lona e calças de algodão de nebuloso matiz.
- Fomos interromper-lhe a ginástica? - perguntou Daisy com cortesia.
- Eu estava a dormir! - exclamou o senhor Klipspringer, num espasmo de embaraço. - Isto é, tinha estado a dormir. Depois levantei-me.